quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Marg in MOre- entrevista completa.


por crimescene em 28/09/07 

Ela tem um grande hit, uma sagacidade cruel e um dos casamentos mais duradouros de Hollywood. Não é a toa que Marg Helgenberger se sente mais sexy que nunca aos 48.

Quando Marg Helgenberger interpreta a detetive forense Catherine Willows em CSI: Crime Scene Investigation, ela raramente ri. Como ela pode, quando geralmente está junto a um cadáver? Mas agora sentada para almoçar em um tranqüilo restaurante em Santa Mônica, seu cabelo ruivo claro fazendo seus olhos parecerem um tom ainda mais profundo de azul, ela está se chacoalhando com uma risada de eu realmente não deveria rir mas não consigo parar que faz uma pessoa perder o fôlego. Finalmente ela retoma o autocontrole e com suas mãos esbeltas – você quase poderia passar um anel de guardanapo por seu pulso – ela alisa uma ruga invisível na toalha. “Acho que estava sendo ingênua, diz ela.
Ela estava conversando uma noite com David Letterman no show dele, falando sobre pesquisar para seu papel em CSI com uma investigadora de verdade em Las Vegas em uma cena de roubo. A vítima, que era uma mulher com sessenta e alguns anos, mencionou que ela dava “festas divertidas” e abriu uma porta que revelou um armário cheio de brinquedos sexuais, que Helgenberger descreveu para Letterman.
“Então eu inocentemente disse ‘anéis de pênis’”, ela relembra dando de ombros. Letterman, parecendo completamente chocado, se recuperou servindo para cada um uma dose de uma garrafa com o rótulo Wild Turkey (Peru Selvagem). “Eu não tinha idéia se seria realmente Bourbon; só pensei, vou beber. Era suco de maçã.” Continua Marg, que sabia que suas palavras poderiam ser tiradas da edição (e foram). “Dave tomou sua dose, fez uma careta e disse, ‘E então, o quê aconteceu?’”.
Helgenberger, que cresceu em uma minúscula cidade-fazenda no Nebraska e ia à Igreja Católica todos os domingos, prolonga o momento. Sentada no restaurante, usando jeans, uma blusa azul esverdeada com gola canoa e delicados brincos opala – um presente de seu marido, o ator Alan Rosenberg (Civil Wars, The Guardian) – ela parece particularmente delicada. Então ela solta a grande frase “Eu disse, ‘Bem, Dave, naturalmente nós procuramos digitais nos anéis de pênis’”. Ela espera isso ser absorvido e então se dissolve em risos.
E essa é Helgenberger: simples e elegante, rebelde e inocente, tudo ao mesmo tempo. “Ela é extremamente maravilhosa, e tem alguma coisa acontecendo por dentro. Ela tem um pouco do diabo dentro dela”, diz Liev Schreiber, que apareceu em quatro episódios de CSI na temporada passada. “Ela é uma garota rock’n roll do Meio Oeste, com um senso de humor sagaz. Ela me fez rir o tempo todo enquanto estávamos gravando”.
Com 48 anos – a época do Triângulo das Bermudas para muitas atrizes – Helgenberger está voando alto em sua oitava temporada como protagonista do drama mais popular da CBS. Ela ganhou várias indicações ao Emmy e ao Globo de Ouro por sua atuação como a forte e sexy Catherine Willows, e ela conseguiu trazer um pouco de personalidade ao que é basicamente um clássico programa policial processual. “Tive várias oportunidades na última temporada, e as pessoas no show têm sido muito abertas a sugestões”, diz ela. “Mas você tem que se ater à fórmula. É muito cerebral”.
Cerebral é algo que Helgenberger que também esteve em Species (A experiência), Erin Brockovich e In Good Company (Em Boa Companhia), faz especialmente bem. “Você pode vê-la pensando e sentindo as coisas; não está necessariamente nas falas, que são mínimas em CSI”, diz Martha Coolidge, que a dirigiu em dois episódios na temporada passada. “Há muito mais acontecendo para ela”. Realmente – sua personagem hiper competente é uma mãe solteira e ex-dançarina exótica. Talvez não seja surpresa, então, que o outro papel marcante dela seja a prostitute K.C. Koloski na aclamada série China Beach, também fosse uma potente mistura de sensualidade e teimosia. É uma dualidade que a atriz tem nela própria. “Da primeira vez que você a encontra, há um mistério”, diz seu marido. “E uma vez que você descobre isso, você encontra uma vontade de jogar. Ela fica confortável com esse tipo de energia masculina espirituosa e descontraída.” Adiciona Coolidge, “Ela tem essa coisa Católica de ser adequada e divertida ao mesmo tempo”.

Seu senso de diversão veio relativamente tarde, diz ela. “Quando era menina respeitava as regras e me comportava. Não entrava em confusão”. A criança do meio de uma enfermeira de escola e um inspetor de carne vivendo em North Bend, Nebraska, ela começou a trabalhar com 11 anos, semeando campos de soja em uma fazenda. “Eu queria comprar coisas que sabia que meus pais não podiam pagar”, diz ela. “Como álbuns e bijuterias”. Mais tarde ela se tornou salva-vidas e professora de natação, e nas folgas da Universidade ela trabalhava na fábrica de empacotamento de carne. Quando perguntada sobre onde em uma Nebraska rural ela conseguiu a imagem de feminilidade, Helgenberger (cujo primeiro nome, pronunciado com um G forte, é diminutivo para Mary Marg) parece confusa. “Eu meio que sabia o que uma garota má era e não queria ser isso”, diz ela. Mas quanto às garotas legais, “Não tive nenhum modelo”.
North Bend não tinha modelos para atrizes também. Helgenberger se deparou com a atuação na escola e descobriu que era boa nisso. Ótimas atuações em produções do ensino médio a levaram para o programa de artes e teatro da Kerney State College e depois à Northwestern, “De repente eu não precisava mais ir à igreja todos os domingos”, ela diz com um sorriso. “Eu ia a bares e ouvia música ao vivo e me divertia. Não era muito boa estudante, estava mais focalizada em fazer peças e musicais”. Seu foco deu certo: de pois de ter sido encontrada por um caça talentos ela foi para Nova York na novela Ryan’s Hope, interpretando a policial disfarçada Siobhan Ryan Novak.
Helgenberger se mudou para Los Angeles em 1986 e ganhou uom Emmy por China Beach quatro anos depois. “Ela é muito séria sobre sua atuação, mas não pretensiosa sobre como ela a faz”, diz John Wells, um produtor de China Beach e mais tarde produtor executivo de ER, no qual Helgenberger teve um romance com o Doug Ross de George Clooney. “Acho que ela aprendeu a mesma coisa que George Clooney aprendeu cedo, que é se você tem essa aparência é melhor tirar sarro de você mesmo, ou ninguém vai ser seu amigo”.
A sua falta de pretensão é uma coisa que seu marido apreciou logo de cara. Os dois se conheceram no set de Ryan’s Hope mas não começaram a namorar até se encontrarem novamente em um banco de Los Angeles alguns anos depois. Agora eles estão casados há 18 anos, que Helgenberger diz ser “como 133 anos no tempo de Hollywood”. Foi um caso de opostos se atraindo: Ela tem cabelo claro, é católica e do meio-oeste; ele é moreno, judeu e de Nova Jersey. “Eu meio que gosto das pessoas pensando sobre como eu fiquei com ela”, diz ele. “Sou agradecido pelo fato de ela não ter pensado que precisava de um cara bonitão. Ela entendeu meu senso de humor. Foi assim que nos apaixonamos”.
“Ele ainda me faz rir”, diz Marg, “e ele é uma pessoa genuinamente boa, gentil e atenciosa”. O casal se juntou em 1989, em parte porque “nunca foi uma fantasia minha ter uma grande cerimônia com o vestido e tudo mais”.
Um ano depois eles tiveram um filho, Hugh, que ganhou o nome do pai de Marg. Quando Hugh tinha 13 anos, Helgenberger quis que ele tivesse um Bar Mitzvah. Apesar de não ser mais uma católica praticante, ela estima o senso de moralidade e espiritualidade que as aulas de catecismo a deram, e queria que Hugh tivesse os mesmos ensinamentos. “É um ótimo rito de passagem”, diz ela. “Seus familiares e amigos compartilham a experiência... E não acredito que estou chorando com isso!” Ela seca uma lágrima e ri.
Hugh, agora com 17 anos e no último ano da escola, está envolvido no tenso processo de entrar na Universidade. “Estou tentando não ficar muito nervosa com isso”, diz Helgenberger, adicionando com uma secura característica, “ele vai a algum lugar”. Sobre como sua vida vai mudar quando ele sair de casa, ela protesta com um riso, “Ah, não vou pensar sobre isso agora!”.
A única mulher em uma casa de homens (incluindo um grande cão, uma mistura de Vizla e Ridgeback que a família adotou), Helgenberger não queria que Hugh fosse filho único. “Mas quando Alan e eu dissemos ‘Vamos tentar outro’, eu não podia mais engravidar”. Começando aos 39, ela passou por tratamentos de fertilidade mas parou antes de tentar in vitro, decidindo deixar a natureza tomar seu curso. “Eu pensei, se acontecer, aconteceu,” diz ela. “Não aconteceu”. Mais tarde quando sua carreira estava mais engrenada, ela considerou adotar. “E então eu pensei, eu me sinto culpada o suficiente por não passar tempo suficiente com meu único filho, posso fazer isso com mais um?”, que a levou a mais uma reflexão: “Eu quero estar com 60 anos e ter um adolescente?” Ela sacode a cabeça.
É ela, não o marido, que é mais rígida na disciplina. “Eu sou o que diz, ‘espere até sua mãe chegar em casa’”, diz Rosenberg. “Hugh seria uma bagunça se não fosse por ela”.
Helgenberger também é a maior provedora da família: Rosenberg passou a maior parte dos últimos dois anos servindo como presidente nacional do Screen Actors Guild (Sindicato dos Atores), um trabalho que, apesar de ser estressante e poderoso (os membros do sindicato estão pensando na possibilidade de uma greve contra os estúdios no próximo ano), não é pago. Ele vai concorrer para a reeleição em setempro. “Ele é um homem muito esperto de maneiras que nem sempre consegue usar como ator”, diz Helgenberger.
Perguntada se a discrepância entre os salários a incomodam, ela dá de ombros. “Acho que o incomoda às vezes. Não me incomoda em nada”.
Apesar de seus esforços, Helgenberger, que trabalha 14 horas por dia (e muitas noites) no set de CSI, teme que não esteja fazendo o bastante pela família. “Quando chego em casa”, diz ela, “preciso compensar, ou super compensar pelo tempo que passei fora. Mas também, sou católica, tiro culpa do ar”.
Ainda assim ela adora a agitação que vem com o fato de ser uma estrela eu um dos shows mais assistidos. “Estou gostando da atenção e do poder”, diz ela. “Pode fazer muito por seu ego. E me sinto mais sexy agora do que quando tinha 28 anos. Sou mais competente, relaxada e menos ansiosa”.
Com o almoço terminado, Helgenberger, que se exercita mais ou menos uma hora e meia todos os dias, tem um passeio de bicicleta planejado. Para pegar outras roupas, ela para em sua cabana na praia, um cômodo único, com uma grande cama branca e um pequeno sofá branco virado para uma vista do chão ato teto do oceano. (A casa da família é em Santa Mônica).
Ela pega um moletom e um casaco leve e está pronta para ir. A conversa durante o passeio de bicicleta vai para jóias – não os três piercings que ela tem na orelha esquerda mas o anel de dedo do pé que ela mandou fazer personalizado para seu papel em ER, que ela ainda usa. “Eu estava interpretando a namorada do George Clooney, quer dizer, vamos lá!, eu mandei fazer o anel porque sabia que teríamos cenas românticas”.
Mais adiante no caminho, fica claro que seus pneus precisam de ar. Então ela pára em uma loja de bicicletas e tenta enchê-los. O que quer que ela esteja fazendo, no entanto, está deixando mais ar sair. Finalmente ela ganha a ajuda com a tecnologia de abastecimento de ar de outro ciclista. . “Ei”, diz ele, depois de pensar um pouco. “Acho que você parece com alguém que vejo nos filmes”.
Ela dá um sorriso para ele e então diz suavemente, “Talvez eu seja”, e vai embora. Divertida, atraente e misteriosa, tudo ao mesmo tempo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário